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LUGARES

África é constituída por uma multiplicidade de diferentes lugares. Aqui será dado um especial destaque a cada um deles. Começamos pela Guiné Bissau e o seu Arquipélago dos Bijagós. 

Situada na costa ocidental de África, a Guiné Bissau, com 1,8 milhões de habitantes, é constituída por uma multiplicidade de etnias, idiomas e religiões mas unida em torno de uma só nação, onde a terra é fértil e a natureza é generosa.

A geografia do país caracteriza-se por uma área de baixa altitude. O seu ponto mais elevado encontra-se a 300 metros acima do nível do mar. O interior é formado por savanas e o litoral por uma planície pantanosa. Ao largo da costa atlântica situam-se 88 ilhas, a maior parte das quais desabitadas.

Bem-vindos ao Arquipélago dos Bijagós.

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ARQUIPÉLAGO DOS BIJAGÓS

O Tesouro Sagrado do Atlântico

Viajar é sem dúvida a melhor forma de colecionar memórias. Quando planear a próxima viagem parta rumo aos Bijagós. Vai enriquecer a alma e abrir a mente perante um lugar mágico. Vem de coração cheio e vontade de repetir. É uma experiência para a vida. Bijagós tem a vantagem de não ser mais do mesmo, mas precisamente aquilo que nunca ninguém viu e é aqui que reside a oportunidade. Bijagós situa-se na costa ocidental de África, com 40.000 habitantes e apenas a 3,5h de voo de Lisboa. Não espere encontrar o que já conhece.

Natureza exuberante, praias de areia branca, mar azul onde até os hipopótamos se deliciam com a água salgada.

Bijagós é um lugar místico, sagrado, onde as pessoas são guiadas pelo poder da natureza, desde o nascer ao pôr do sol, com uma vasta biodiversidade. Vida animal, parques marinhos, áreas protegidas, praias virgens. Não admira que tenha sido classificado pela UNESCO como Reserva da Biosfera.

 

Aqui tudo é respeitado, desde a sua existência. É um museu ao vivo que sabe preservar as tradições, o que lhe confere uma identidade muito própria. O Arquipélago dos Bijagós é genuíno e fiel à sua essência. Vive de braços abertos, pronto para receber, segundo a filosofia Idinós (é nosso, em crioulo) ou seja, que considera que tudo é de todo o mundo. Quando chegamos a Bijagós temos muito para aprender.

A pequena ilha do Poilão é santuário das tartarugas verde que aqui acorrem para desovar. O homem em perfeita harmonia com a natureza. O serpentear dos canais de água que nos guiam através das ilhas.

Uma das primeiras aprendizagens compete em saber que a sociedade do arquipélago é assumidamente matriarcal, ou seja, está organizada à volta do poder da mulher, sendo a sua autoridade reconhecida e respeitada por todos. É à mulher que compete assegurar a alimentação da comunidade, sendo responsável pela actividade agrícola, que se estende desde o cultivo até à comercialização dos produtos, cumprindo uma jornada de trabalho muito rigorosa. No espaço político é a sua voz que se ouve para tratar dos assuntos da tabanca (aldeia), sem descurar o seu papel reprodutivo cuja condição confere à mulher o estatuto mais elevado da hierarquia familiar.

É no seio desta organização que vive o povo de Bijagós, conhecido por ser honesto, íntegro, amável e hospitaleiro, que partilha e que sabe receber. Tem orgulho na sua vida espiritual e vive em sintonia com os ensinamentos, hábitos e costumes do passado. Entendem e respeitam a natureza, por isso mesmo têm sabido evitar a humanização e o turismo de massas, considerando as ilhas como sagradas e lugar para práticas rituais. A repetidamente evocada consciência e sustentabilidade ambiental (que tanto se fala no mundo moderno) há muito que existe nos Bijagós, porque é assim desde sempre, segundo a vivência e a crença do seu povo.

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